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Alternativa sustentável para evitar perdas e economizar, energia solar fotovoltaica cresce 83,7% no meio rural


Na Agrishow, expositores apresentam painéis solares que protegem o gado e alternativas de bombas d’águas ideais para regiões com problemas no abastecimento de energia


Depois da aprovação da Lei da Energia Solar em janeiro de 2022 que institui o marco legal da micro e minigeração de energia, o mercado espera ainda para este ano um aumento na procura por soluções em energia solar fotovoltaica para o setor de agropecuária.


Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), em 2021, o número de instalações cresceu 83,7% em relação a 2020 só no meio rural. De janeiro a março de 2022, o número já equivale ao registrado em todo o ano de 2019. (Veja o gráfico abaixo)

Com a legislação em vigor, produtores rurais podem produzir sua própria energia através de fontes renováveis. A lei ainda permite que quem protocolar o pedido até o fim de 2022 terá por mais 25 anos os benefícios atuais concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE).


“Quem colocar energia solar esse ano de 2022 vai estar isento de pagar componentes da tarifa”, explica Artur Cantador Bernardo, diretor comercial da Dinâmica Energia Solar, uma das empresas expositoras na Agrishow, feira de tecnologia e inovação para o agronegócio em Ribeirão Preto (SP).


“Na verdade, a compensação você vai entregar 100 quilowatts para a concessionária e pegar 100 quilowatts de volta no ano que vem. E isso até 31 de dezembro de 2045. Por isso acreditamos que muitos produtores vão aproveitar essa oportunidade e fechar negócio esse ano”, diz.


Soluções


Na feira, a marca apresenta um modelo de sombreamento artificial para a pecuária por meio do uso de painéis solares. Ao mesmo tempo em que torna a propriedade autossuficiente na produção de energia confere conforto ao gado no pasto, ajudando a evitar o estresse térmico do rebanho.


“Esse sistema veio de um problema do nosso cliente. Ele falou que não queria área nenhuma colocando energia solar, mas que precisava muito, já que gastava cerca de R$ 10 mil por mês de energia”, diz Bernardo. “Então, em vez de eu fazer uma estrutura para o fotovoltaico, colocar energia solar e outra estrutura para ter um sombreamento para o gado, a gente já uniu as duas coisas.”


Segundo a empresa, embaixo dos painéis já há uma redução de até 5°C e, considerando a economia de energia elétrica, em quatro anos o produtor tem o retorno do seu investimento. “Se você comparar com uma aplicação, por exemplo, na bolsa, é como se o dinheiro rendesse próximo de 2% ao mês. Então, além disso, é um negócio sustentável, uma energia limpa e ainda um negócio de altíssimo rendimento para quem tem dinheiro investir”, afirma Bernardo.


Operação mantida


A energia solar também é solução para lugares remotos que sofrem com a falta de acesso à energia elétrica ou que enfrentam falhas no abastecimento, podendo causar prejuízos e paralisar a operação no campo e nas residências.


Essa foi uma das motivações para a Anauger lançar uma linha de bombas d’água movidas a energia fotovoltaica. Com elas, o produtor pode bombear água de um poço apenas com a força do sol, colaborando tanto para o consumo das pessoas quanto para irrigação do campo. Aliada à solução para o desabastecimento está a sustentabilidade.


“Tem situações que as pessoas realmente não têm acesso à energia convencional e tem alguns casos que a gente percebe de clientes que buscam justamente pela questão da sustentabilidade”, explica Douglas Góes, supervisor de marketing da Anauger. “Elas buscam esse produto porque não agride o meio ambiente, além da questão de economia também, porque está usando uma energia que é renovável e que você não gasta nem um centavo.”

A tecnologia ainda tem algumas limitações em comparação com a bomba tradicional, também vendida pela marca. A convencional ainda tem um potencial de vazão e volume superior, portanto não são todos os poços que se adaptariam à solução de energia solar.


O próprio site da empresa fornece uma ferramenta para que o consumidor possa fazer o dimensionamento e verificar se o sistema é uma possibilidade.


“Nosso setor de engenharia está trabalhando para igualar a potência dessas bombas e acreditamos que no próximo ano já teremos um projeto montado”, explica Góes. E essa pressa não é à toa. “Nos últimos dois anos, no volume de vendas acumulado especificamente da bomba solar, nós tivemos um aumento de um incremento de 135%. Então, a gente considera que é um ganho bem interessante para a empresa.”

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